História da Holanda: Quem foi Willem van Oranje?
Quem já passeou pela Holanda ou conhece um pouco de sua cultura já deve ter ouvido falar de Willem van Oranje, presente em monumentos, livros escolares e museus. Hoje você verá alguns fatos para entender, de uma vez por todas, a sua história de heroísmo e os motivos que o tornaram um nome emblemático no país.
Acompanhe essas curiosidades culturais que vão ajudar você a se apaixonar ainda mais pela história da Holanda.
Figura icônica
Willem van Oranje foi uma figura icônica na história da Holanda, hoje chamada formalmente de Países Baixos, considerado um patriarca do país e destaque na Revolta da Holanda na Guerra dos Oitenta Anos. De origem alemã, cresceu com criação Luterana, onde a educação é a base da vida e acarreta a liberdade, igualdade e pensamentos livres.
Justamente por sua educação, desde pequeno ele aprendeu a lutar por seus direitos e protestar sempre que necessário, com isso mudou para sempre a história da Europa. Passou a vida buscando parcerias para obter a liberdade das províncias que era responsável, inclusive se casando com nomes importantes da Europa e morrendo pelo país. Entenda mais sobre a parte histórica.
História de Willem van Oranje
Nascido como Guilherme I de Orange-Nassau, Willem van Nassau, ele se tornou um príncipe católico nomeado de Willem van Oranje, graças à herança de seu primo com a qual foi presenteado com a cidade de Orange, na França. No entanto, só poderia dar continuidade ao legado da família se houvesse a conversão ao catolicismo, seguindo as regras do Imperador Carlos V, imposição que foi aceita pelo patriarca.
Já no domínio de Orange, o príncipe se casou com Anna van Buren, herdeira rica que somou seu dinheiro ao de van Oranje, quando o rapaz tinha apenas 18 anos. O dinheiro o tornou conhecido na Europa, inclusive como braço direito de Filipe II, filho e sucessor de Carlos V.
Devido aos problemas de convivência de Filipe II com os demais membros da realeza e dureza ao empregar o catolicismo, ele teve seu nome prejudicado, um processo que fez Willem abdicar seu cargo importante na Espanha e lutar pelos Países Baixos.
Após a morte repentina de sua esposa, o príncipe se casou com Anna van Saksen, nome de impacto na monarquia. O plano era conseguir investimento para tornar as províncias independentes, mas isso custou caro, na época ele precisou se refugiar em Dillenburg para fugir dos contrários à sua opinião e também a guarda de seu filho para os católicos espanhóis.
Histórico de casamento
Apesar de tudo, em 1571, o casal se divorciou, essa etapa da vida de Willem foi rodeada de polêmicas, inclusive pela reputação de infiel e o problema de Anna com a ingestão excessiva de álcool. De um castelo em Dillenburg, ele conduzia as províncias a se unirem e coordenava o exército, assim expulsou Alva, o mais temido capitão espanhol.
Com uma nova esposa francesa, Willem ampliou suas amizades para ter novamente o apoio dos alemães, juntos eles possuíam 10 filhos de seus antigos casamentos.
Filipe II, a esta altura um rival de van Oranje, colocou sua cabeça a prêmio, no qual sua morte resultaria em uma grande quantia de dinheiro e um título nobre. Balthasar Gerards, obviamente um católico fervoroso, foi o responsável pelo assassinato do “herói” em 1585. Seus filhos continuaram o legado de poder e grandes conquistas.
Sem dúvidas a Holanda não seria uma democracia mundialmente conhecida com a junção dos Países Baixos, Aruba, Curaçao e São Martinho sem o emblemático patriarca. Se hoje é reconhecida como polo de turistas do mundo polo e local desejado para moradia, com sua belíssima arquitetura e atrações, foi pela ousadia e persistência de Willem e seus aliados.
Motivos do heroísmo de van Oranje
Foram inúmeras conquistas de van Oranje, muitas nem foram descobertas até os dias de hoje, mas os holandeses têm orgulho de ressaltar os seguintes fatos sobre o herói:
- Líder na Revolta – Assumiu a liderança durante a Revolta dos Países Baixos, para evitar o poder dos espanhóis no século XVI. Ele criava estratégias para que o exército resistisse às ações dos inimigos, também fundou um exército rebelde, tudo enquanto se escondia de seus inimigos;
- Regulamentação dos Países Baixos – Ao ganhar a batalha da Revolta dos Países Baixos, Willem fundou as Províncias Unidas dos Países Baixos, regulamentando os direitos, deveres e autonomia da localidade;
- A favor da liberdade religiosa – Em um tempo onde o catolicismo era obrigatório e comandava também a política, ele lutou contra a intolerância e se envolveu em diversos embates com líderes europeus. Willem conseguiu regulamentar a livre escolha religiosa dos cidadãos;
- Fundador da Universidade de Leiden – Com o pensamento na educação para todos e como parte indispensável de uma vida, van Oranje criou a Universidade de Leiden, em 1575, instituição importante para o crescimento da Holanda;
- Luta por independência – Durante toda sua vida lutou para a independência dos Países Baixos e soberania das Províncias Unidas, algo que ocorreu em 1581. A luta perdurou por 7 décadas, mas finalmente a Holanda se transformou em um país independente.
Estas foram as principais conquistas de Willem van Oranje, mas diversos outros motivos garantem que jamais será esquecido pelos holandeses e que sua história continuará se difundindo nas futuras gerações.
Curiosidade sobre o hino holandês (hino de van Oranje)
O Het Wilhelmus é o hino nacional dos Países Baixos, inclusive é considerado o mais antigo do mundo em uso, mesmo que o Japão insista em apresentar uma versão diferente. Willem não poderia ficar de fora da letra, um poema difícil de traduzir, afinal sua vida foi defender e lutar pela Holanda.
Seu compositor é desconhecido e o arranjo foi desenvolvido por Adrianus Valerius, toda a letra foi inspirada nas décadas de luta pela independência do país. A letra foi feita em primeira pessoa, para dar a impressão de que o narrador da história é Willem van Oranje durante seu longo combate com o rei da Espanha, que infelizmente resultou em sua morte.
O hino aborda os tempos em que era aliado do rei Filipe II, sua origem alemã e seu amor e dedicação à liberdade dos Países Baixos. É surpreendente que a canção não possua partes violentas e falas de soberania como os demais hinos nacionais, ela apenas aborda a lealdade e importância da liberdade.
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